PÃO DIÁRIO
“E SE FOSSE SEU FILHO?”
“Não façam diferença entre as pessoas, tratando-as com parcialidade” (Tiago 2:1)
Tenho presenciado nos últimos dias um movimento nas redes sociais que pede mais empatia a crianças com deficiência, onde mães e pais de crianças denunciam situações de intolerância e agressão que enfrentam no dia a dia. Como mãe de um filho especial sei bem o que é isso. Infelizmente este não é um problema recente. A discriminação já tem longa data.
Certo dia levei meu filho a uma pracinha de brinquedos. Ali haviam muitas crianças, que eram trazidas por suas mães, babás e cuidadoras dos prédios que circundavam aquela praça. Meu filho, um menino especial, quando ficava feliz, gritava para expressar sua alegria e satisfação, visto que não sabia falar. Toda vez que ele ficava feliz ele gritava.
Naquele momento quase todos os brinquedos estavam ocupados, então levei-o na roda que gira até que vagasse um balanço, seu brinquedo preferido.  Meu filho estava se sentindo tão feliz que começou a gritar sem parar. Quando percebi, uma a uma, as crianças foram tiradas da praça e levadas para suas casas e apartamentos. Não restou uma sequer, apenas eu e meu filho.
Diante de tal situação, eu poderia ter me irado, pegado meu filho e ido embora frustrada, me sentindo excluída e totalmente arrasada, todavia, não foi o que fiz. Aprendi desde cedo considerar o lado bom das coisas e aproveitar as oportunidades. Foi que então, eu olhei para o meu filho, com o coração partido e a garganta embargada óbvio, mas coloquei um sorriso no rosto e disse a ele: “Olha só filhinho! Podemos escolher qualquer brinquedo, todos estão disponíveis para você!
Então meu filho se divertiu muito aproveitando cada brinquedo que eu o colocava. Ele não entendeu nada do que aconteceu porque não tinha noção das coisas. Mas, eu, como mãe, fiquei entristecida com a falta de empatia daquelas pessoas. Contudo, deixei o amor de mãe falar mais alto que a indignação e permiti que meu filho aproveitasse o momento.
Quase trinta anos depois daquele dia e vejo que a discriminação ainda impera. É triste ver que ainda existem pessoas que não aprenderam conviver com as diferenças.
Precisamos ser mais empáticos. A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo - amor e interesse pelo próximo - e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais.
“E se fosse seu filho?”
Tenha um domingo abençoado na Paz do Senhor!
Passo Fundo, 20 de janeiro de 2019.
Marilda Sanderi

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